Trocando Escova Progressiva por Queratina! ~Parte Final~

Olá pessoal, tudo okay?
Hoje estarei finalizando o projeto "Trocando Escova Progressiva por Queratina!".

Iniciei este projeto em base técnico-prática com minha vasta experiência com o segmento das escovas progressivas, que já existem no mercado há um longo tempo, mas que começou  a ser o principal carro-chefe dos salões de beleza nos últimos quatro anos.

Agora, por que iniciei este projeto, foi para derrubar as progressivas de uma vez? Não! Então foi para deixar em evidência um problema que pode vir a ser gerado por elas? Sim!

Vamos do início... A escova progressiva surgiu por aí com o "ativo" base sendo o ácido fórmico/formaldeído, conhecido simplesmente como o formol. Quando surgiu nos salões, os profissionais da beleza ficaram meio incertos com sua credibilidade, mas foi só ver o resultado final proporcionado pelo mesmo que foi-se gerado em cima disto um marketing geral, este que vendia que progressiva além de alisar, também tratava os cabelos danificados.

Isto procede, Felipe?

Não! Peguem como base aqueles sistemas de "alisa e tinge", ou aqueles de "shampoo 2 em 1"; algo que sou totalmente contra; quem já usou, sabe bem que ele faz moderadamente bem uma função, mas deixa a desejar na outra, e isto se dá simplesmente por um fator: reação química. Falando de forma mais simples e corriqueira, "cada um no seu devido lugar", e é isto que deveria ser respeitado. Ponto!

Claro, o aspecto visual e o sensorial tátil deixado nos fios pelo uso do formol é único, entretanto, com as sessões frequentes, o cabelo vai se deteriorando internamente, já que não ocorre tratamento, pelo simples fato do fio ficar com uma capa sobre capa, e caso ele não tenha de fato já estado saudável antes do procedimento, uma dia ou outro vai vir a quebrar; e caso isto não ocorra, após o processo de retirada do formol, se verá o real estado dos fios, em geral, podendo estar completamente desnutridos. Sem falar no fator toxicológico do item, que pode vir, durante a aplicação, a prejudicar a saúde do cliente e do profissional que aplica o produto, pela formação do gás fórmico.

A partir disto, foi-se "descoberta" uma solução para evitar os problemas do formol, o ácido glioxílico (FALEI SOBRE ELE AQUI). Eu no post inicial do projeto, já alertei sobre os problemas que o mau uso poderiam causar...
Bem, em suma, o acido glioxílico pode sim ser muito benéfico para fios porosos e muito danificados, visto que ele sela o máximo possível, no determinado momento, a fibra capilar, para que se obtenha um maior alinhamento e maior redução de volume e frizz por tal. Entretanto o mau uso do mesmo enrijece os fios no processo, e com as aplicações, sendo necessárias em menor tempo que o formol, já que sua ação é inferior à dele, acaba por fazer com que este efeito "benéfico" traga diversos malefícios à fibra capilar, como ressecamento, inversão de polaridade gerando porosidade, alta rigidez, porosidade e até quebra. O ácido glioxílico gera uma desestruturação do fio simplesmente por deixa-lo cada vez mais líneo, só que de forma drástica, e com isso, também só daí não se torna uma ferramenta muito benéfica aos fios. Se fosse utilizado em escala de tratamento, como aplicação, ENXÁGUE, e continuidade, até que funcionaria para restabelecer um pH estável a uma fibra capilar danificada, já para ser utilizado junto com o calor, ele pode vir a gerar danos acima mencionados. Entretanto, o ponto chave que é frisado pelos mais estudiosos químicos (e que eu particularmente achei que muito demorou a vir à tona) é o fato do ácido glioxílico liberar formal quando ativado por calor. Contudo, as taxas são baixíssimas, sendo praticamente inertes e inexistentes, sendo assim, não nocivo a saúde. Uma real opção para a técnica da progressiva. Há também o uso do ácido hialurônico, que tem efeito similar, e é geralmente vendido em produtos com o título de "Botox Capilar", com proposta de fios mais "lisos".

E então surgiu uma nova alternativa, a das escovas de carbocisteína. Uma polêmica foi gerada em cima, já que se trata de uma "escova de aminoácido", então nesta lógica, qualquer cauterização seria uma progressiva; e se for ver por este lado, realmente é. Simplesmente porque uma coisa deve ser frisada: PROGRESSIVA NÃO ALISA, PROGRESSIVA ALINHA! Tento incessantemente prender isto nas mentes de quem me pergunta, mas o que é vendido é "fios lisos", o que não é a verdade obtida na prática. As progressivas em geral, agem por fora do fio, formando uma capa impermeável, que mantém por um certo período de tempo aquela forma obtida. O que não deveria ser registrado como grau 2 (na Anvisa). Ponto!

Então porquê não alisa, Felipe?
Simples, porque não há uma ação real de alteração físico-química da estrutura cortical capilar. O que quero dizer com isso? Que o que pode de fato alisar, são os hidróxidos (sódio, cálcio, guanidina...) e alguns tioglicolatos (amônia, trietanolamina...), isto pois estes, penentram na fibra capilar, devido a seu pH ligeiramente elevado, desestruturando e desestabilidando as cadeias carbônicas, disulfeto, queratínicas e hidrogênicas existentes que "nos mostram" forma e cor dos cabelos. Ponto! Vide a isto, progressiva não alisa. Mas o que se torna malefício, poderia ser tratado como benefício, se bem utilizado... Progressiva poderia vir a ser benéfica para os fios!

Voltando ao assunto das escovas de carbocisteína, simples... Ela, a cisteína, é o composto carbônico com maior afinidade da fibra capilar, já que compõe cerca de 30% dela. Uma escova a base dela, insere moléculas da mesma na fibra capilar (geralmente danificada) e por proporcionar o calor, as "cola" e distribui nas áreas exatas, com tecnologia do produto também, gerando um efeito mais saudável, alinhado e natural aos fios, dando aspecto de maior tratamento aos mesmos, pois reinsere partículas previamente retiradas por outros processos químicos. E com isto, ela dá um efeito mais alinhado e de menor volume e frizz, por ir "reparando" zonas sensibilizadas. Ponto!
Ela é um componente da queratina, e por isso, eu frizei trocar a progressiva por ela, pois ela iria gerando valor agregado aos fios, gerando efeito similar, que entretanto na progressiva de carbocisteína, é mais centralizado.
Porém há um inconveniente com esta prática: o desbotamento. O desbotamento se dá pela necessidade de uma maior abertura dos fios para a inserção das moléculas até a parte mais interna do córtex, e com isto, algumas moléculas de melanina, tricossiderina, podem vir a se perder. O efeito disso se dá com o shampoo, principalmente, que necessita ser bem alcalino para gerar o efeito necessário após o procedimento.


Bem. O objetivo deste projeto, era lhes direcionar para fora do ramo das progressivas, focando em reaplicar e reaplicar produtos para obter fios mais lisos, que na verdade, estariam apenas mais alinhados e estirados, e com ocorrência de ficarem cada vez mais danificados. Saindo disto, o foco seria reconstruir continuamente os fios, a fim de que estes ficassem pelo menos mais "saudáveis", já que o cabelo é uma estrutura morta, e neste caso é necessário um tratamento de dentro pra fora, já que ele não absorve nutrientes.

Feito isto, a aplicação de uma progressiva fica liberada, sem excessos  como anteriormente era "pregado"; desta forma você disponibiliza aos seus fios maior saudabilidade, e o efeito mais "liso" que você deseja, tendo os benefícios de cada porção. =]

Quando se trata de cabelos, tudo se dá a aspecto técnico físico-químico, respeitando-se isto, só se obtém benefícios! =]


Confiram todas as etapas do projeto:


Outros bons posts (TRATAMENTO CAPILAR):
Outros bons posts (ATIVOS DE TRATAMENTO):

OLD but GOLD:

Abraços.
F.

5 comentários:

  1. Fiquei triste agora, eu achei que estava fazendo um bom negócio em trocar a escova progressiva da Cadiveu ( 8 meses sem usar ) pela Zenne e no fim das contas é tudo a mesma coisa, vou ler tudo o que vc escreveu sobre queratina e quem sabe eu consiga bons resultados. Obrigado

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  2. Olá, Felipe! Adoro seus posts e seu blog!
    Mas agora surgiu uma dúvida... A Brazilian Afro Keratin, da Inoar, se enquadra em que?
    Bjoos e sucesso!

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    1. Oi Kikinha, ficarei lhe devendo esta, já que não tive contato direto com este produto! :D

      Abraços.
      F.

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  3. Felipe,

    A Alfaparf lançou um produto de alisamento, a base de queratina e colágeno, não sei se você conhece: Lisse Design Keratin Therapy , mas na época que foi lançada, lendo teus posts, achei que a proposta era boa, vinha ao encontro do que tu explicavas aqui, mas gostaria de saber a tua opinião, se é algo que valha a pena....outra coisa que gostaria de saber, o tratamento a base de queratina, pode ser vários produtos, inclusive a queratina líquida, para nosso próprio manuseio, ou é melhor que sejam kits já prontos, com esse fim?

    Obrigada

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    1. Oi Estrela! Ah sim, eu fiquei sabendo disso em uma revista!! E vi lá na Ikezaki Top na Beauty Fair.

      Basicamente, sim! Eu mesmo se pudesse, a testaria! =D
      Se eu conhece-la melhor, eu falo algo aqui no BNR! Mas por alto, a deixo indicada sim!

      Vários produtos, quantos tiver disponibilidade de ter... Isto para variar as moléculas constituintes na queratina hidrolisada. Tanto produtos separados, quanto kits. Lembrando que shampoos e finalizadores, geralmente tem teor bem superficial de queratina.

      Abraços.
      F.

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